agosto 26, 2004

DIÁRIO DE BORDO DO CRUZEIRO ÀS CARAÍBAS - DIA 02

Dia 02 - 30/03. S.Juan / St. Vicent

Pequeno-almoço bem cedo, ainda estávamos no efeito do jet lag e pela hora de Lisboa. Comemos um pequeno-almoço típico americano, com muito café aguado e várias coisas fritas e com aspecto esponjoso. De seguida demos um pulinho ao centro de S. Juan. Um pulinho bem grande. Fomos de autocarro e levámos cerca de ¾ de hora para lá chegar. No autocarro o Luís fez o seu famoso número da fotografia com flash profissional e reflector opalino. Escusado será dizer que foi um sucesso e por uns momentos fomos o centro das atenções. Todos se riam para nós com ar terceiro mundista, porque seria?
S. Juan tradicional é essencialmente um porto com ruas na perpendicular ao rio/baía. Não se pode dizer que seja muito bonito, porque não é, mas tem algo de simpático e colonial. Ainda fomos beber uma Piña Colada à casa onde nasceu a verdadeira Piña Colada, pelo menos era o que estava gravado numa placa à entrada. A decoração era para turista americano, mas servia uma bebida fabulosa e muito bem feita, segundo disseram o Luís e o Paulo, verdadeiros conhecedores da dita. O retorno ao hotel e de seguida ao aeroporto foi feito numa carrinha para levar os seis mais as malas. Enquanto o autocarro levou ¾ de hora, a carrinha levou 15 minutos.
De volta ao aeroporto, check-in, carimbos, apalpões e partida sem atrasos para ANTIGUA. Voo de carreira com duas paragens pelo meio. Primeiro parámos na ilha de TORTOLA (UK), depois na ilha de St. MARTIN (French, Neth.) e finalmente ANTIGUA onde saímos para uma espera de duas horas. A fominha apertou e depois de um hot dog e cerveja embarcámos para o salto final e destino, St VINCENT.
Chegámos ao cair da noite. A nos receber, burocracia igual à que tínhamos deixado por cá. Preencher papeladas da emigração, ficar em filas com riscos no chão, mulheres passadas da cabeça aos gritos e carimbos, muitos carimbos. Começámos a desanimar e quando já ninguém estava à espera, chega um preto matulão com um cartão à procura do Mister Serpa. Era o nosso transfer até à baía BLUE LAGOON, onde estavam os escritórios da TMM, companhia que nos alugava o barco e a marina onde iríamos passar a noite já a bordo do Dolphin Dance, o nosso barco para as próximas duas semanas.
Saímos do aeroporto, com a confusão da condução pela esquerda, à britânica. Tudo isto a subir e a descer, num trajecto cheio de curvas, o que acentuava a sensação de estar sempre fora de mão. Passei o caminho todo a travar e a desviar-me instintivamente dos carros que vinham em sentido contrário. Era mais forte que eu.
Quando chegámos a Blue Lagoon o barco não estava atracado na marina, mas sim fundeado na lagoa. Fomos no dinghy para lá e acomodámos provisoriamente os sacos para de seguida ir jantar. O guia indicava o Restaurante Barefoot a pouca distância, e para lá fomos no dinghy.
Situado a meia encosta, subimos uma rampa de pedra até uma casa de madeira estilo colonial com uma varanda aberta para a baía, onde nos instalámos para comer a primeira refeição decente desde que tínhamos saído de Portugal. Primeiras cervejas e primeiros brindes.
Finalmente estávamos nas Caraíbas, nas Grenadines e num barco pronto a velejar, e que senhor barco, 50 pés dele. Quatro suites com casa de banho, e bastante espaço interior.
No restaurante as cervejas vinham ao ritmo contrário à comida que tardava a chegar. A maioria comeu arroz com ensopado de búzio (acho eu!). O Luís comeu borrego que parecia uma chanfana com sabor tropical. Tudo very convenient para a noite de chegada, incluindo o cubanito para rematar.Cansados chegámos ao barco e fomos logo dormir. Pela manhã ainda haveria que tratar do check-in do barco, briefings, comprar comida, etc. O começo de cada viagem é lento em contraste com o final que é rapidíssimo. A temperatura do ar estava excepcional e dormimos com os albóis totalmente abertos. Pelo sim, pelo não, colocou-se uma rede mosquiteiro que tinha levado, no meu e no da Sílvia, que estavam lado a lado à proa. Improvisámos uma amarração com molas de roupa que funcionou até de manhã. Embora desconfie que não havia muitos mosquitos, sempre foi uma precaução que não custou muito a pôr, embora não a tenha usado mais nenhuma vez.

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