julho 25, 2005

julho 19, 2005

O OUTRO


The face in the mirror won’t stop,
the girl in the window won’t drop.
A feast of friends alive she cried,
waiting for me outside.
Before I sink into the big sleep
I want to hear, I want to hear
the scream of the butterfly.

(Jim Morrison in “When The Music’s Over”)

A face que me olha do outro lado do espelho, não a reconheço.

Pensando bem, nunca a reconheci, apenas habituei-me com o passar do tempo a identificá-la como sendo eu. Por vezes esqueço-me dela no acordar ensonado e fico parado em frente ao espelho à espera que o mundo, neste caso o meu mundo se componha, como um puzzle cujas peças são bocados de realidades distintas e nem sempre vividas.

Sempre me habituei a conviver com o outro, a partilhar o mesmo espaço e o mesmo sono. O sonho nunca foi partilhado, era vivido separadamente, mas o mais curioso era que cada um sonhava o outro. Alternadamente, até ao dia em que o outro, o da face que me olha do outro lado do espelho, não acordou do sonho em que me sonhava.

Foi o dia em que deixei de ter sonhos, em que deixei de o sonhar. Devia ter deixado de existir, o outro, mas não, sei que está por aí. Além de o ver do outro lado do espelho, pressinto-o na sombra do meio-dia, ou no vulto silencioso que me fecha os olhos de sono à noite.

Às vezes gostava que ele, o outro, acordasse do sonho de sonhar-me, e vivesse por uns tempos o meu sonho a sonhá-lo. Sonhar que era o outro, o que me olha do outro lado do espelho. Será que me reconheceria então, a ver-me do lado de lá?, ou também acharia estranha a minha própria face. Provavelmente assim seria. Ao ser o outro, a sonhar ser o outro, tornar-me-ia o outro de mim mesmo e não me reconheceria também.

Às vezes procuro-o nos silêncios, procuro ouvi-lo a respirar e quase que consigo. Ou então tocar-lhe no escuro, roçar ao de leve o seu corpo e ficar arrepiado com o quase contacto. Sei que um dia o vou encontrar, frente a frente. Se não enlouquecer, será o dia em que escutarei pela primeira e última vez, o grito da borboleta.

julho 05, 2005

LUÍS MARQUES EM SANTIAGO DE COMPOSTELA


Esta viagem/peregrinação é dedicada ao meu amigo Luís Marques, que partiu para outros Caminhos de Santiago. Fizemos este Caminho juntos e disse-me um adeus até sempre quando chegámos a Santiago. Ainda consegui disparar a máquina fotográfica a tempo de registar o momento do seu vôo em direcção à eternidade.

Dia 11 - Missa do Peregrino, com cerimónia do Botafumeiro no final. Desta vez mencionaram os dois peregrinos portugueses que partiram de Roncesvalles. Ajuda a fazer pirraça aos brasileiros...

DIA 10 - Na Catedral de Santiago de Compostela

DIA 10 - Santiago de Compostela - Giló e Faísca abraçados de emoção a felicitarem-se junto à Catedral. Reparar na bandeirinha de Portugal (para fazer pirraça aos brasileiros...)

DIA 10 - Santiago de Compostela - Eu com as burras, Giló e Faísca, na Praza do Obradoiro com a Catedral por trás. Favor reparar na bandeirinha de Portugal (para fazer pirraça aos brasileiros...)

DIA 10 - Santiago de Compostela - Pedro com Giló na Praza do Obradoiro

DIA 10 - Santiago de Compostela - Foto do Costume com Catedral ao Fundo na Praza do Obradoiro

DIA 10 - SANTIAGO DE COMPOSTELA, finalmente, ao fim de 757 Km de Caminho, desta vez sem um único furo ou queda ou avaria!

DIA 10 - Uma última bebida bem fresquinha...

DIA 10 - Monumento en el Monte do Gozo, com Santiago à vista!

DIA 10 - Quase em Santiago, no Monte do gozo - Take 3

DIA 10 - Quase em Santiago, no Monte do Gozo - Take two

DIA 10 - Quase em Santiago, no Monte do Gozo - Take one

julho 04, 2005


DIA 10 - No caminho para Arzúa

DIA 10 - The Twilight Zone

DIA 10 - Espectador na subida para Palas de Rei

DIA 10 - Amanhecer em Portomarin

DIA 09 - O Rio Minho visto da margem de Portomarin

DIA 09 - Portal da Igreja de Portomarin, Santiago e os músicos.

DIA 09 - Caminhos pela Galicia rural, com cheiro a estrume e a bosta de vaca sempre que que se passa por uma aldeia...

DIA 09 - A caminho de Portomarin

DIA 09 - A verdadeira Árvore das bruxas no meio da floresta...

DIA 09 - Em Sarria retomamos o Caminho pelo meio dos bosques frescos da Galicia

DIA 09 - Dois "Duros" no Alto do Cebreiro...

DIA 09 - Finalmente no Cebreiro, ainda havia mais subidas, mas as portas de entrada na Galicia estavam transpostas.

DIA 09 - Quase a chegar ao topo, depois de Laguna de Castilla.

DIA 09 - Foi dali que partimos de madrugada!

DIA 09 - Subir a fazer bordos, como nos barcos, foi a maneira de conseguir subir esta inclinação demente. E as moscas...umas putas!!!

DIA 09 - La Faba, vista da estrada rural do outro lado do vale. Porra que é sempre a subir!!!

DIA 08 - As coisas que se encontram no Caminho das Estrelas

DIA 08 - Ao fundo a estrada para o dia seguinte...sempre a subir para o topo da Montanha, para o alto do Cebreiro!

DIA 08 - Igreja e escultura no Albergue de La Faba

DIA 08 - No Albergue de La Faba,tão cansadinhos...mesmo a precisar de uma clarita bem grande, enorme e do tamanho do mundo!

DIA 08 - Decisão PUTA MADRE ! Caminho das Pedras para o Albergue alemão de La Faba...

DIA 08 - Pedro na decisão - estrada ou Caminho pelo meio da Serra até ao Cebreiro, passando por La Faba...