outubro 27, 2006

TROMBOSE DIGITAL

Duas noites atrás, o meu computador portátil teve uma trombose e ficou com o ecrã todo às riscas encarnadas, sintoma de acidente cardiovascular periférico com afectação da visão.

Como é normal nestes casos, ainda tentei uma reanimação sem grande sucesso. Consegui que me abrisse os olhos remelosos e desfocados mesmo a tempo de salvar o que ainda não estava salvo. De seguida voltou a fechá-los e o único recurso foi levá-lo para os cuidados intensivos.

Prognóstico altamente reservado, disseram-me. Ou como dizia o outro, “Prognósticos, só no fim do jogo!”

Triste e preocupado voltei a casa na solidão da ausência. No atelier gozam comigo e chamam-me o “órfão informático”. Na verdade, começo a ficar um pouco desesperado e sempre que apanho um computador livre, agarro-me a ele com uma sofreguidão de heroinómano.

Começo a ter alucinações e vejo-me a acariciar portáteis de cor branca com maçãzinhas gravadas a cinza na tampa. Cenários de traições e abandonos passam-me pela cabeça...

Ouço passos na escada e vou acabar o post rapidamente. Deve ser o utilizador deste computador e eu não quero ser apanhado com o dedo no teclado (tradução livre de “com a boca na botija”).

2 comentários:

Raquel Sabino Pereira disse...

QUIRINO MAN!!!
AH AH AH COMO O PERCEBO!...

Vá ao Snack Bar «Golfinho», ao lado do McDonald's da estação (em frente ao Millennium) ou então ao John David's, na praia da duquesa... têm internet...

E poupe-nos a desculpas esfarrapadas para não enviar contributos até Sexta-feira, ok?...

Joaquim Nobre (JJ©N) disse...

A dependência é uma chatice...
mas que fazer?!!!!!