setembro 08, 2004

DIÁRIO DE BORDO DO CRUZEIRO ÀS CARAÍBAS - DIA 10

Dia 10 - 07/04. Carriacou / Grenada

Quarta-feira, dia 7 de Abril.

Acordámos às 6 horas da manhã e começámos a preparar o barco para sair o mais cedo possível. Vimos um barco de pescadores a voltar da faina, fizemos sinal para os chamar, e aproveitámos para comprar 2 peixes óptimos, um para grelhar, o outro para cozer.

Por volta das 7h30, largámos o pano e traçámos rumo em direcção à ilha de Grenada. Começámos uma navegação bem cautelosa, com marcação do ponto de hora a hora. O rumo foi em direcção às ilhas Sisters para passarmos ao largo do círculo de protecção dum vulcão activo subaquático. Quando lá chegámos, decidimos contornar a ilha de Grenada pela costa leste. Eram mais horas de navegação mas era mais curtido e difícil. Fizemos alguns bordos, alguma bolina, mas a maior parte do percurso foi com popa arrasada.

Hoje foi o primeiro dia em que apanhámos peixe no anzol, pescando ao correr. Logo à saída de Carriacou apanhámos um atum com algum tamanho. Deitámos rum nas guelras para evitar o sofrimento. De seguida arranjámo-lo logo no convés e preparámos bifes para fazer mais tarde. De novo, um pouco mais tarde, quando já tínhamos a ilha de Grenada por estibordo, a linha ficou esticada e mais um peixe bem grande mordeu o anzol. Parecia que o facto de termos peixe a bordo chamava outros peixes. Depois resolvemos não pôr mais a linha porque se apanhássemos mais peixe era difícil guardá-lo.

De assinalar ainda que o Nuno ao lavar o balde à popa, numa atrapalhação qualquer, largou o balde e adeus, afundou-se num ápice. Como castigo terá que pagar uma rodada em terra.

Contornámos a ilha pelo Sul e dobrámos o Cabo Saline, o local onde está construído o aeroporto. Chegada sem dificuldade a St. George’s, a capital. Em St. George’s fundeámos na lagoon junto ao yacht club, uma baía protegida e bem simpática com bastantes veleiros fundeados, mas ainda com espaço para nós. Ao arriar a vela grande, reparámos que o pequeno rasgão que tinha detectado no inicio estava enorme, além do facto de termos descoberto outro. Solução, ou remendávamos a vela com “tape” ou mandávamos coser a vela a um sailmaker. O dono do barco preferiu, após uma chamada para os Estados Unidos, mandar coser a vela, pelo que tivemos de a desmontar do mastro, para, logo de manhã, pô-la a arranjar, enquanto passaríamos o dia a visitar a ilha.
Assuntos técnicos tratados, o final de tarde foi ocupado a deitar abaixo uma garrafa de Mount Gay Rum. Depois, cozemos o peixe que dava pelo nome de “Maquerel”, que estava delicioso, acompanhado de batatas cozidas e, pela primeira vez, nesta viagem, acompanhado por vinho branco chileno, baratíssimo por sinal. O vinho foi comprado para temperar os bifes de atum, mas como o preço era convidativo, cerca de 10 $EC, comprámos duas garrafas que se beberam logo. Louça lavada e posta a secar fomos dormir. O dia tinha sido bem forte e o descanso era o que todos tinham em mente. E assim foi.

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